segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Bebês (dedicado à minha filha Alice)


Eu não sei se vocês sabem, mas eu sou pai há precisamente um ano, trinta dias, doze horas, cinco minutos e quarenta segundos. E ser pai pela primeira vez é uma experiência muito bacana. Eu sempre tive vontade de ter filho, sabe? Sempre me imaginei chegando em casa, depois de um dia estressante de trabalho e encontrar aquela criaturinha linda de braços abertos pra mim. E, claro, dizendo aquelas coisas que todo pai e mãe babões dizem quando amam muito seus filhos: “cadê a cosa mais buita di papai? Cadê. Cadê o suizo mais buito”. Não é assim? Todo pai e mãe é assim.
Pois é, mas aí uma coisa me chateou outro dia. Eu tava lendo uma reportagem onde dizia que agora os psicólogos e pedagogos depois de muito estudarem chegaram a conclusão que o melhor a fazer para o desenvolvimento psicológico dos nossos bebês é evitar tipo de tratamento. Não se pode mais falar, por exemplo “dedêla”. Tem de ser mamadeira! Eu achei um absurdo. Perdeu a graça totalmente. Daí eu fico imaginando, por exemplo, quando minha filha – bate na madeira – tiver doentinha. Ao invés de dizer
“ô mô dêuzo, pai. Ta dodói, tá? Ta guipada? Ta efiada? Papai vai na amácia compá emédio pá bebê sará, ta?”
Eu vou dizer
“sinto que minha pequena primogênita está um tanto quanto enferma. Vou encaminhá-la com a máxima urgência à uma Drogaria para que seja medicada com antibiótico necessário e, casos os sintomas persistam, chamaremos um médico”
Ou então, na hora da papinha, aliás, na hora das refeições. Ao invés de dizer
“ó o aviãozinho com a papinha de bebê! Ta gotôzo, huuuummmm, bebê vai papá tudo pá kessê, ficá fóte”
Eu vou ser obrigado a dizer
“Pequena primogênita. Repare nessa colher. Contém todas as vitaminas e os nutrientes essenciais para que você se desenvolva orgânica e fisicamente da maneira mais apropriada possível.”

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