quinta-feira, 4 de outubro de 2007

HOJE NÃO É DIA DE JOÃOZINHO


Se você está pensando que esse é mais um daqueles textos chatos que circulam na internet pedindo a sua ajuda, a sua participação em correntes e solicitando que essa mensagem seja repassada para o máximo de pessoas que for possível, você acertou. É isso mesmo, só que dessa vez, eu garanto, é por uma causa verdadeiramente justa. Tenho certeza de que você nunca viu uma dessa antes, até porque eu não sou tão estranho assim pra você. Sou capaz de apostar que qualquer um sabe, ou pelo menos pensa que sabe, alguma coisa da minha história ou de alguma passagem da minha vida, principalmente da minha infância.
Há tempos eu venho sendo caluniado com coisas que supostamente eu teria feito no passado, seja na escola, na rua, ou até mesmo dentro de casa com a minha família. Espalharam por aí que fui mal criado, desobediente, irresponsável, enfim, inventaram o diabo ao meu respeito, aumentaram, caluniaram e fizeram piada sobre a minha pessoa de tudo quanto é jeito. Me fizeram de gato e sapato na boca do povo. E todo mundo ingenuamente acreditou nessa mentira.
Quem duvidar é só puxar um pouco pela memória que, com certeza, vai se lembrar, de que alguma vez na vida ouviu ou até já contou uma história ao meu respeito. Tente se lembrar. Dentro do ônibus naquela excursão da turma da formatura, no churrasquinho de final de ano da empresa, nas rodinhas de cerveja das sextas feiras à tarde... Até em enterro, ao invés de velarem o defunto, sempre tem um engraçadinho inventando histórias sobre mim.
Mas isso tudo, graças a Deus, vai acabar porque finalmente, depois de muitos anos sendo injustiçado eu resolvi reagir a tanta opressão, calúnia e difamação. Se você ainda não descobriu quem eu sou, muito prazer, meu nome de batismo é João Aparecido dos Anjos, mas todo mundo sempre me chamou de Joãozinho, tá lembrado agora? JO-ÃO-ZI-NHO. Sou eu, o famoso Joãozinho das piadas.
Que atire a primeira pedra quem nunca contou uma história minha, uma piadinha sem vergonha ao meu respeito... Todo mundo já contou, eu sei como é que é. Começam como quem não quer nada, contam a do português, da loira, do papagaio e depois, claro, não pode faltar o que?: A piada do Joãozinho, claro.
Chegam ao descalabro de dizerem que eu respondo a minha mãe, que falo putaria na sala de aula com a professora, com a Mariazinha, que não sei mais o quê!! Que mentira mais deslavada! Logo eu que sempre fui um bom aluno, era comportado, gostava de química e matemática, só tirava nota dez. Mas não, toda fama de capeta, bagunceiro e ignorante sobrou pra mim.
É uma grande injustiça. Na minha sala havia 30 alunos, entre eles o Aderbalzinho, filho da dona Genoveva. Eu duvido que alguém já tenha contado alguma piada do Aderbalzinho. Sabiam que metade de tudo que dizem ao meu respeito foi o Aderbalzinho que fez? Foi ele, aquele moleque safado! Ele é quem fez tudo e depois eu levei a fama. E o Francinaldo? Com aquela cara de songamonga. Será que alguém já ouviu ou já contou alguma piada do Francinaldo? Não. Ninguém não sabe nada do Francinaldo. Do Joãozinho todo mundo sabe tudo, dos outros ninguém fala nada. Mas eu vou contar tudo! Vou lançar um livro e revelar toda a verdade. Não só a do Francinaldo, como também do Alcebíades, do Francisquinho e da Valdirene. Da Valdirene, então, eu sei de cada coisa cabeluda que até Deus duvida. Sim, porque no grupo das meninas tudo cai nas costas da Mariazinha, coitada, praticamente uma Irmã Dulce de tão santa. Vocês não sabem é de nada. A Valdirene sim era o capeta em forma de gente.
Por isso, meus amigos, eu suplico: esqueçam essa história de Joãozinho, Joãozinho, Joãozinho de uma vez por todas. Me deixem em paz. De hoje em diante eu quero viver como uma pessoa normal, ser bem visto pela sociedade, por vocês, enfim. Quero ser bem aceito e bem relacionado. Tanto é que, além do livro que pretendo lançar brevemente, resolvi fundar uma ONG justamente pra defender a nossa categoria: a classe dos Joões que tem de carregar nas costas a culpa pelos atos de outros; dos Joões que vêem seu nome envolvidos na maioria das vezes em situações fictícias, irreais, mentirosas. Situações vexatórias. Por isso, meu amigo, minha amiga eu convido você a participar da: FODJA (Fundação Organizada em Defesa dos Joõezinhos Anônimos)
Se você também é um João como eu e já foi vítima de chacotas, fuxicos, buxixos e outras palavras esquisitas, procure-nos e nós teremos a solução para seus problemas. Ou mesmo se você não é um João, é um Pedro, um José, mas tem um João na família. Todo mundo na família, um João que, viveu ou vive o mesmo drama que eu vivi. Peça-o que nos procure para que possamos orientá-lo de modo que ele saia desse sofrimento, dessa angústia e que comece daqui pra frente a ser uma pessoa feliz. É pra isso que a FODJA existe, pra isso ele foi criada. Já passaram pela nossa organização pessoas como o escritor João Ubaldo Ribeiro,os cantores João Gilberto, João Bosco entre outros. Todos em busca de paz e sossego em suas vidas. E a FODJA é isso e muito mais. Quem entra na FODJA não quer mais sair. Só a FODJA, meu amigo João, pode te salvar. Por isso esperamos por você. Afinal de contas, a FODJA é sua, a FODJA é nossa, é de quem quizer. Desde que seja um João.

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